
18 anos atrás, ela foi trabalhar na minha casa, quando eu ainda morava com meus pais. Com a família, viveu e sofreu a doença e a morte da minha mãe. Quando meu pai se casou de novo e minha madrasta quis mudar algumas coisas em casa, ela saiu para trabalhar em outro lugar. Meses depois, fui eu quem saiu de casa pra ir morar sozinha — e ela passou a trabalhar na minha casa. Depois me casei, descasei, voltei a morar só, engravidei, enviuvei, tive o Francisco. E tenho a sorte de tê-la por perto nesse tempo todo. Com vocês, Odete Martins. Entre outras coisas, minha consultora de moda particular. Porque, além de cuidar de onde moro, do que como e do que visto, ela também dá opiniões quando estou me vestindo pra ir trabalhar. E acerta muitas, muitas vezes. Ontem, finalmente, consegui definir o que a Odete é pra mim: uma espécie de babá. O Francisco tem a dele (que é a Zezê), eu tenho a minha. Palmas pra ela, que ela merece.
(foto - automática e cortando os pés - cris guerra)