Minha amiga Pipa e outros alunos da primeira turma de fotografia profissional do Centro de Cultura Nansen Araújo / Teatro Sesi Minas estão nesta exposição. Mais informações aqui.
Essa fome que me estremece Que me enche os olhos de pedras E é tanta fome solta pela terra Que no peito a dor me estremece.
A fome que por ser vizinha, cala E a que por mim passa, não olha Por já está solta e abandonada Por estar presa à hora chegada.
Outra fome, também, cravada É a que se tem na alma amarga Dor que por nada se acha graça Essa dor capaz de ver o mar E não achar encanto nas águas.
A fome que há sobre tantas faces Essa que morre e grita aos lotes Uma que está perdida na África E pelos Trópicos corre alucinada.
A fome que é do mundo, fabricada Que em mísseis e bomba é lançada Com tanta formalidade é fabricada Que Hinos e Bandeiras são hasteados Fardada e com continência calada Que se espalha, salta de pára-quedas E vira monumentos e pede aplausos.
Essa fome tanta, meu Deus, bélica Que tem leis e ética, toga e decretos. E outra, tísica, que vivendo secreta Que mal fala, mal dorme, mal come Espalhando terror sobre as cidades E que enche Hospitais e que intimida E tira nos dias o sossego das casas E cresce e cresce em multiplicidades.
E como que vai enchendo as praças Parece que vai tomando uma cidade Com olhos frios e de longa espera Essa, essa que nos certe e tem pressa Que não sei como ambas se parecem
Uma, de sofisticada, desce e explode E tanto explode quanto mais espalha A outra, são os resquícios da miséria.
Já parou pra pensar que você é sua própria estilista? Que ao acordar você se prepara para um desfile diário, voluntário ou não, e ao se vestir faz suas escolhas? Já parou pra pensar que, assim como o estilista elege cores, formas, texturas, estampas, você seleciona as suas entre o que está disponível por aí? Que, como os estilistas, você também é influenciada pelo mundo que está à sua volta e pelo seu próprio humor, pelas alegrias e tristezas, dias de tédio ou paixão? Que ao fazer uma simples combinação de cores, texturas, estilos, você está mostrando a sua forma de ver a vida? Já parou pra pensar que a moda pode ser futilidade quando dela somos escravos, mas pode ser arte quando a usamos como forma de expressão? Que a escolha de uma roupa para vestir não precisa se pautar por ela ser ou não tendência, mas por combinar ou não com você? Já parou pra pensar em novas combinações para velhas peças? Já parou pra pensar que tem dias que a gente é criativo e, em outros, alguém já foi criativo por nós, e isso facilita? E que nessas horas você veste a sua admiração por um artista? Já parou pra pensar que o seu guarda-roupas é a sua coleção? Que a moda pode ter tanta inspiração quanto um quadro, uma escultura, uma música, um filme? Que a moda pode ser arte andando por aí? Já parou pra pensar que a moda pode ser uma forma de acentuar sua individualidade, e não de uniformizar pessoas? Já parou pra pensar que moda é, acima de tudo, beleza? Um jeito bonito de viver? É fantasia no meio do cotidiano. É transcender a utilidade da roupa e colocar poesia nela. É a oportunidade de ser novo a cada dia e, ao mesmo tempo, ser mais você. Já parou pra pensar que a moda, como a arte, torna a vida mais suportável? Eu já.
Hoje vou assim começou como uma brincadeira, com o simples objetivo de fazer um diário do que visto dia a dia para ir trabalhar. Nenhuma peça está à venda. As legendas com as marcas das peças estão aí para ajudar a quem quiser encontrar peças parecidas. Mas você também pode se inspirar nas cores, formas, combinações, estampas, estilos e não apenas nas marcas. Ou pode nem se inspirar e entrar aqui só por curiosidade ou diversão. As pessoas que tornam esse blog possível se divertem a cada post. Se você tem bom humor, vai ser fácil entrar no clima. Para quem não tem, é necessário explicar que o blog, definitivamente, não tem como intuito: fazer fofoca, falar mal da vida alheia, competir ou promover competições de qualquer tipo. E nem é arena para troca de ofensas. Acreditando nisso, não modero comentários. Essa parte fica por sua conta. Liberdade, educação e delicadeza são clássicos. Nunca saem de moda.
2 comentários:
Realmente você é publicitária mesmo!!!
O MUNDO DA FOME
Essa fome que me estremece
Que me enche os olhos de pedras
E é tanta fome solta pela terra
Que no peito a dor me estremece.
A fome que por ser vizinha, cala
E a que por mim passa, não olha
Por já está solta e abandonada
Por estar presa à hora chegada.
Outra fome, também, cravada
É a que se tem na alma amarga
Dor que por nada se acha graça
Essa dor capaz de ver o mar
E não achar encanto nas águas.
A fome que há sobre tantas faces
Essa que morre e grita aos lotes
Uma que está perdida na África
E pelos Trópicos corre alucinada.
A fome que é do mundo, fabricada
Que em mísseis e bomba é lançada
Com tanta formalidade é fabricada
Que Hinos e Bandeiras são hasteados
Fardada e com continência calada
Que se espalha, salta de pára-quedas
E vira monumentos e pede aplausos.
Essa fome tanta, meu Deus, bélica
Que tem leis e ética, toga e decretos.
E outra, tísica, que vivendo secreta
Que mal fala, mal dorme, mal come
Espalhando terror sobre as cidades
E que enche Hospitais e que intimida
E tira nos dias o sossego das casas
E cresce e cresce em multiplicidades.
E como que vai enchendo as praças
Parece que vai tomando uma cidade
Com olhos frios e de longa espera
Essa, essa que nos certe e tem pressa
Que não sei como ambas se parecem
Uma, de sofisticada, desce e explode
E tanto explode quanto mais espalha
A outra, são os resquícios da miséria.
Guina
2010
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